Adjany Simplicio, presidenta do PSOL Paraíba, revelou através de carta à imprensa a não participação da legenda em seminário de partidos do campo progressista a ser realizado no próximo sábado (27), em João Pessoa, em busca pela ‘unidade’.
Simplicio declarou que a legenda foi convidada tardiamente e que não houve tempo para debate sobre a carta unitária que deve ser assinada pelos partidos: “percebemos que não seriam simples ajustes no texto que refletiriam o debate que entendemos ser necessário realizar”.
“Não tivemos tempo de debater para colocar na carta o tema do desmatamento, o alargamento da orla, o desmonte do transporte público e da política de saúde mental, entre outros muitos aspectos que envolvem a relação Cícero Lucena e João Azevedo”, diz ainda.
Ela ainda declara que a carta a ser assinada pelos partidos na ocasião ‘não aponta a continuidade dessa unidade; não traz a centralidade da luta antirracista; e abre espaço para envolver partidos que em nada representam o campo popular’.
Leia na íntegra:
‘Queremos a Unidade Sim! Do Campo Popular e com Programa.
O PSOL tem estado no fronte da unidade do campo popular em todo país, tem sido assim desde o golpe contra Dilma Rousseff em 2016, passando pela campanha Lula Livre e pela participação nas ações unitárias do Fora Bolsonaro. Unidade que reproduzimos em nosso estado com a Unidade Democrática pela Paraíba e o Fórum Pró-Campina.
Infelizmente recebemos tardiamente o convite para participar da reunião sobre o seminário a ser realizado em 27 de maio. Além disso, ao recebermos a proposta de carta unitária – na segunda (22/05) a noite – percebemos que não seriam simples ajustes no texto que refletiriam o debate que entendemos ser necessário realizar.
A Carta da Unidade Democrática pela Paraíba, lançada em 21 de abril de 2021, apontava para algo além dos partidos políticos, tratava de uma unidade envolvendo movimentos sociais e especialista em diferentes áreas. Apontava para uma construção programática, aprofundava a necessidade de ampliar a luta contra feminilização da pobreza, o machismo e o racismo. Delimitava nitidamente de que campo falávamos e de que Unidade. Temas que seguem atuais na conjuntura em tempos de anistia a partidos que não cumprem cota ou repasse de recursos relacionados a gênero e raça.
A proposta da carta que recebemos para ser lançada dia 27, esquece de Dilma, limita o grupo aos partidos, ou melhor, destaca mais o governador que os partidos e sequer traz os movimentos para composição dessa frente.
A carta sugerida, diferente da construção coletiva da Unidade Democrática pela Paraíba, não aponta a continuidade dessa unidade; não traz a centralidade da luta antirracista; e abre espaço para envolver partidos que em nada representam o campo popular.
Somos oposição à gestão Cícero Lucena e esse debate não é apenas de legenda, nem algo limitado ao processo eleitoral, é de posições políticas, que passa pela perspectiva de que Paraíba defendemos. Não tivemos tempo de debater para colocar na carta o tema do desmatamento, o alargamento da orla, o desmonte do transporte público e da política de saúde mental, entre outros muitos aspectos que envolvem a relação Cícero Lucena e João Azevedo.
Fomos convidados/as tardiamente, participamos de uma reunião mais informativa que de construção coletiva. Além disso, ao resgatarmos o conteúdo coletivo da carta da Unidade Democrática pela Paraíba, percebemos que antes de assinar uma nova carta e participar de um seminário como esse do dia 27/05, é necessário uma melhor articulação e debate do campo popular para construirmos o caminho coletivo da unidade que tanto queremos.
Nós que fazemos o PSOL queremos construir a unidade do campo popular, mas com a horizontalidade e o consenso que as diferenças demandam. Esperamos, em breve, seguir esse caminho unitário e programático.
23 de abril de 2024.
Adjany Simplicio
Presidenta do PSOL/PB’